Os sintomas de depressão são tão variados quanto específicos para cada pessoa.
A tristeza faz parte da vida e, na maioria das vezes, existe um motivo específico para alguém se sentir triste, tais como o término de um relacionamento, a perda de alguém querido ou uma demissão. Este sentimento, porém, dura um determinado período de tempo e o indivíduo se recupera.
A depressão, por outro lado, é uma doença que se manifesta por meio da presença de uma tristeza sem motivo aparente e que consome o indivíduo, incapacitando-o e impedindo que ele viva sua rotina como normalmente faria.
O principal sintoma da depressão é a negatividade em relação a si mesmo, ao mundo e ao futuro. Em geral, a pessoa deprimida só consegue pensar e enxergar as coisas negativas.
Talvez pareça estranho mas a depressão pode mesmo manifestar-se através de sintomas físicos, como problemas intestinais, dores de cabeça ou enjoos.
Sintomas de Depressão: aprender a reconhecê-los
- Isolamento;
- Tristeza constante, profunda e incapacitante;
- Choro constante – não deve pensar que chorar é algo negativo ou que é sempre sinónimo de um problema psicológico. Contudo, quando o choro surge sem qualquer razão aparente e de forma extremamente frequente pode ser considerado um dos sintomas desta doença.
- Sentimento de vazio e irritabilidade;
- Dificuldade de concentração, de memória, ou na tomada de decisões;
- Perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta (por ex., mais de 5% do peso corporal em 1 mês), ou diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias;
- Dificuldades para manter a higiene pessoal;
- Falta de energia e cansaço – É comum pessoas que apresentam depressão se queixarem constantemente de cansaço e falta de energia até mesmo para realizar tarefas simples do dia a dia.
- Distúrbios do sono (insónia ou dormir demais);
- Drástica diminuição do desempenho no trabalho;
- Pensamentos suicidas;
- Sentimento de culpa e inutilidade.
Muitas vezes as pessoas notam estes sintomas físicos, mas não são imediatamente reconhecidos como fazendo parte da depressão. Além disso, problemas já existentes – por exemplo, uma dor nas costas – podem fazer-se sentir mais intensamente durante uma fase depressiva.
Devido à proeminência dos sintomas físicos poderá ser difícil para um médico de medicina geral e familiar reconhecer e diagnosticar uma depressão subjacente, até porque, em dois terços dos casos, a queixa principal é um sintoma somático. Às vezes pode ser útil obter uma segunda opinião. Deve falar sobre isso com o seu médico.
Humor deprimido
Um forte sentimento de tristeza, desesperança em relação ao futuro, falta de ânimo frente à quase todas as situações são sintomas comuns apresentados pela pessoa deprimida. Muitas vezes, o indivíduo relata estar se sentindo “vazio”.
As mudanças de humor são um dos principais e mais alarmantes sintomas de depressão. Geralmente, quem passa por esta doença experiencia tristeza, desmotivação e falta de ânimo diariamente. Trata-se de um estado de espírito negativo e que o paciente não consegue evitar.
Pensamentos suicidas
Entre 40 e 70% dos doentes com depressão têm pensamentos suicidas, e mais de 90% das pessoas que morrem por suicídio sofreram de um distúrbio mental, sendo o mais frequente a depressão.
Pensar em suicídio não se refere apenas aos planos de morte, pensar em como seria bom se não estivesse vivo ou pensar em como seria se tivesse um botão de desligar a vida também seria um pensamento suicida.
Um dos sintomas mais relevantes da depressão e que é necessário enfatizar, são sem dúvida os pensamentos suicidas. São ideias inicialmente esporádicas, mas, em alguns casos, podem se tornar permanentes até se tornarem uma primeira tentativa. Portanto, é essencial que estejamos atentos a este tipo de verbalizações internas.
Diagnóstico de Depressão e seus sintomas
A depressão surge de diversas formas. Existem muitos tipos de transtornos depressivos e, por sua vez, podem estar associados a outras realidades psicológicas que são necessárias para o diagnóstico . Assim sendo, cada pessoa vive a doença de uma forma que, por sua vez, implica a necessidade de personalizar cada tratamento, cada abordagem terapêutica.
O diagnóstico de depressão é realizado com base na observação, queixas e história clínica do doente. A terapêutica pode incluir a psicoterapia e/ou a toma de fármacos (como os antidepressivos, entre outros). O tratamento para a depressão é sempre individualizado e só o médico pode prescrever o fármaco mais adequado a cada caso. O apoio familiar e social continua a ser muito importante ao longo de todo o processo.
Apoio psicológico
A terapia psicológica visa uma maior consciencialização da pessoa, o reforço da auto-estima e o apoio à sua acção e socialização, através da superação de atitudes, condutas e pensamentos deprimentes (negativos).
O doente não deve encarar a depressão como algo mecânico, estranho à sua pessoa. Na depressão conta muito para uma recuperação, o esforço activo do paciente que deve encarar a medicação como uma importante ajuda, mas sem ignorar também, a necessidade de modificar condutas, estilos e forma de relacionamento com os outros. Por sua vez, a família e as pessoas ao encararem o doente deprimido como um doente genuíno, podem e devem contribuir, através de um apoio activo, para a sua recuperação.
Esteja atento aos sinais
A depressão é um problema que pode afectar qualquer pessoa, idade, profissão ou condição social. As causas podem ser variadas, mas a ansiedade e o stress causados pelo trabalho são muitas vezes razões que levam a este diagnóstico. Identificar os sinais de alerta é muito importante para procurar ajuda médica atempadamente e iniciar o tratamento.
Mais de 80% dos doentes deprimidos melhoram com o tratamento apropriado. A escolha do tratamento vai depender do diagnóstico, gravidade dos sintomas e preferências do doente. De forma geral, as depressões graves requerem uma combinação de medicamentos (antidepressivos) e psicoterapia. Só após algumas semanas é que é possível observar o completo efeito terapêutico dos antidepressivos.
Depois da pessoa começar a sentir-se melhor é necessário manter o tratamento por vários meses e, nalguns casos, indefinidamente, para prevenir uma recorrência da doença.