Hoje em dia, a adolescência já não acontece apenas na escola ou em casa.
Ela acontece também num ecrã — entre likes, comparações, notificações e filtros.
O impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens é real. E por trás do silêncio ou da irritação que muitos demonstram, há, muitas vezes, um grito por ajuda que os pais ainda não conseguem ouvir.

Ansiedade: o novo normal entre os jovens?

Nos últimos anos, o número de adolescentes com sintomas de ansiedade disparou.
Entre os sinais mais comuns estão:

  • Preocupação excessiva com a imagem ou a opinião dos outros
  • Dificuldade de concentração
  • Medo de ficar de fora (“FOMO”)
  • Distúrbios de sono
  • Isolamento emocional ou comparações constantes
  • Crises de choro ou irritação sem motivo aparente

As redes sociais intensificam esses sintomas por criarem uma realidade artificial, onde tudo parece perfeito e imediato — menos o que o jovem sente por dentro.

O ciclo silencioso da comparação

A cada scroll, os jovens são expostos a uma realidade que, muitas vezes, não existe.
Corpos idealizados, vidas editadas, sucessos aparentes — tudo isso alimenta uma sensação constante de inadequação.

“Se todos parecem tão felizes, por que é que eu não estou?”

Esta pergunta silenciosa cria um sentimento de falha pessoal, baixa autoestima e ansiedade social.
Mesmo sem se darem conta, muitos adolescentes vivem num estado permanente de vigilância emocional — com medo de serem excluídos, julgados ou ignorados.

O que os pais precisam compreender

Muitos pais sentem-se impotentes: não sabem o que dizer, nem como ajudar.
A verdade é que, muitas vezes, o jovem também não sabe o que sente — apenas sente demais.

Mais do que controlar o tempo de ecrã, é essencial:

  • Criar espaços seguros de escuta, sem julgamento
  • Observar mudanças subtis no comportamento
  • Validar emoções (sem minimizar ou comparar com “como era no nosso tempo”)
  • Ajudar o jovem a compreender o que sente e dar nome às suas emoções

Como a hipnoterapia pode ajudar?

A hipnoterapia é uma abordagem segura e eficaz para trabalhar com adolescentes — mesmo quando há resistência à conversa direta.
Em estado de relaxamento profundo, o jovem:

  • Acede às causas emocionais da sua ansiedade
  • Liberta tensões acumuladas no corpo e no sistema nervoso
  • Reconstrói a sua autoestima e segurança interna
  • Aprende a autorregular emoções e reprogramar pensamentos disfuncionais
  • Reconecta-se com o seu valor pessoal, para além da imagem projetada nas redes

Além disso, a hipnoterapia não exige exposição emocional intensa, sendo muitas vezes mais confortável para o adolescente do que terapias tradicionais.

Conclusão

As redes sociais não são inimigas. Mas podem tornar-se perigosas quando ocupam o lugar da identidade verdadeira.
Se tens um filho adolescente, observa. Escuta. Acolhe.
E, se sentires que sozinho já não é suficiente, há ajuda especializada pronta para o apoiar.

Com empatia, presença e as ferramentas certas, é possível devolver ao jovem o que mais lhe falta: sentir-se bem dentro de si.

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